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Avaliação de acessibilidade em sites


Um círculo central contendo o texto avaliação de acessibilidade em sites e, ao redor, 5 círculos: validador HTML e CSS, Checklists, Barra de ferramentas, validadores automáticos, avaliação manual

Um site acessível é aquele que garante acesso, utilização e compreensão ao maior número possível de usuários, independente de deficiência, limitação ou tecnologia utilizada. Mas, quando o assunto é acessibilidade, a pergunta mais frequente dos profissionais que desenvolvem para a Web é: como saber se meu site é acessível?

A resposta para essa pergunta pode ser encontrada através das avaliações de acessibilidade, que são metodologias compostas por processos que objetivam encontrar barreiras de acessibilidade nas páginas e conteúdos da Web e, assim, corrigi-las tornando o site mais acessível. As avaliações de acessibilidade podem seguir alguns passos, porém não há uma metodologia universal para os testes.

Apresentamos a seguir uma proposta de avaliação de acessibilidade que combina a validação automática com a verificação manual.

Avaliação automática

Na etapa de avaliação automática são realizadas verificações utilizando ferramentas que validam o código HTML e CSS com base nos Padrões Web do W3C e, também, ferramentas que realizam a avaliação automática específica de acessibilidade.

Um site com código válido, ou seja, que segue os padrões de desenvolvimento Web já tem grandes chances de ter um bom nível de acessibilidade. A validação do código de acordo com os padrões Web é realizada utilizando o validador do W3C.

Além de seguir os padrões Web, existem outras diretrizes específicas para garantir a acessibilidade, presentes em documentos como o WCAG (Web Content Accessibility Guidelines ou Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web), em nível internacional, e o eMAG (Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico), documento brasileiro. A avaliação automática de acessibilidade é realizada pelos chamados avaliadores de acessibilidade, que detectam o código HTML de uma página Web e fazem uma análise do seu conteúdo, com base nas recomendações de acessibilidade.

Podemos citar como exemplos de avaliadores automáticos de acessibilidade o AccessMonitor, que é um avaliador português e o brasileiro ASES – Avaliador e Simulador de Acessibilidade em Sítios. Após inserir o link da página a ser avaliada, os avaliadores de acessibilidade geram um relatório detalhado dos problemas encontrados. A tela que segue mostra um relatório de acessibilidade gerado pela ferramenta AccessMonitor, onde é possível clicar em cada erro ou aviso para maiores detalhes.

Exemplo de página web testada com o AccessMonitor. Os resultados dos testes realizados encontram-se em uma tabela, que mostra a quantidade de erros encontrados, avisos, elementos acessíveis e total de elementos testados. Há também uma relação de elementos HTML encontrados na página, e os erros correspondentes

Ainda, podem ser utilizados complementos/extensões para os navegadores que auxiliam na avaliação automática da acessibilidade, como:

Apesar de testarem um limitado conjunto de regras, os validadores são muito úteis durante o processo de desenvolvimento de aplicações Web acessíveis, pois ajudam o profissional a encontrar erros e esquecimentos, apontando, como corrigir os itens listados. No entanto, essas ferramentas sozinhas não são capazes de detectar todos os problemas de acessibilidade de um site. Para tal, utilizam-se análises manuais, que podem ser realizadas por usuários reais, especialmente aqueles com deficiência, utilizando diferentes tipos de tecnologia e por especialistas na área de acessibilidade na Web.

Avaliação Manual

A avaliação manual é uma etapa essencial na avaliação de acessibilidade de um site. Somente um usuário real poderá dizer se uma página está realmente acessível, compreensível e com boa usabilidade e não, simplesmente, tecnicamente acessível.

Uma avaliação efetiva requer que o desenvolvedor tenha conhecimento sobre as diferentes tecnologias, as barreiras de acessibilidade enfrentadas por pessoas com deficiência e as técnicas ou recomendações de acessibilidade. Assim, é necessário que a avaliação seja realizada pelos desenvolvedores Web em conjunto com usuários reais, ou seja, pessoas com diferentes tipos de deficiência e utilizando diferentes tipos de tecnologia. Quanto maior e mais diversificado o número de usuários reais participando da avaliação de acessibilidade, mais eficaz e robusto será o resultado.

São alguns exemplos de pontos que devem ser verificados na avaliação manual de acessibilidade:

  • Código semântico: verificar se os elementos são utilizados de acordo com o seu real propósito, como por exemplo, descrições de links, uso de cabeçalhos, emprego de tabelas, formulários, dentre outros;
  • Equivalentes textuais: verificar se foram fornecidas descrições para todas as informações visuais que transmitem conteúdo e se essas descrições são adequadas, como por exemplo, alternativas para imagens, descrições detalhadas para imagens complexas, inserção de imagens decorativas através de folhas de estilo, dentre outras;
  • Alternativas para conteúdo multimídia: verificar se existem alternativas para o acesso da pessoa com deficiência ao conteúdo disponível em áudio e vídeo, como por exemplo, transcrições textuais, legendas, audiodescrição e alternativa em Libras (Língua Brasileira de Sinais);
  • Emprego das cores: verificar o emprego da relação das cores nas páginas, como por exemplo, se a cor é utilizada como único recurso para transmitir informação, se a relação de contraste é adequada, se existe a opção de alto contraste, dentre outros;
  • Tabelas: avaliar o emprego das tabelas para disponibilizar conteúdos, como por exemplo, se há tabelas que foram utilizadas para fins de diagramação, uso semântico dos elementos da tabela (cabeçalhos, linhas, células, etc.), se os cabeçalhos estão associados às células de dados, dentre outros;
  • Documentos para download: verificar se os arquivos para download disponíveis no site estão em formatos acessíveis;
  • Formulários: verificar se os campos estão associados às etiquetas, se existem dicas de preenchimento para os campos (data, telefone, endereço, etc.),se há a identificação correta de campos de preenchimento obrigatório, se a navegação pelo teclado ocorre de maneira lógica, dentre outros.

Para auxiliar nessa etapa podem ser utilizados checklists de verificação manual, como os que estão disponíveis na página do Governo Digital – material de apoio. Tais documentos têm como propósito auxiliar os desenvolvedores, usuários reais ou especialistas na área de acessibilidade a seguir um roteiro no momento de testar as páginas e desenvolver relatórios.

Por fim, não existem metodologias universais para as avaliações de acessibilidade, mas seguir os passos abordados acima pode garantir um bom nível de acessibilidade a um site, portal ou sistema Web.

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