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Glossário de termos


Abaixo são apresentados alguns termos importantes relacionados com acessibilidade e tecnologia assistiva:

 

Acessibilidade – Acessibilidade é oferecer possibilidades de transpor as barreiras que existem na sociedade, garantindo que todas as pessoas possam participar dos diversos âmbitos sociais9.

Acessível –  Espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa1.

Acessibilidade arquitetônica – Ausência de barreiras ambientais físicas, nas residências, nos edifícios, nos espaços urbanos, nos equipamentos urbanos e nos meios de transporte individual e coletivo10.

Acessibilidade atitudinal – Ausência de barreiras impostas por preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações. Auxiliam na garantia dessa dimensão da acessibilidade programas de sensibilização e de conscientização e a convivência com a diversidade humana10.

Acessibilidade comunicacional – Ausência de barreiras na comunicação interpessoal, comunicação escrita e na comunicação virtual (acessibilidade no meio digital). Para garantir essa dimensão da acessibilidade, é importante a aprendizagem da língua de sinais, utilização de textos em Braille, textos com letras ampliadas para quem tem baixa visão, uso do computador com leitor de tela, etc10.

Acessibilidade digital ou acessibilidade na web –  é garantir que todas as pessoas possam acessar, compreender, utilizar, interagir e contribuir com o meio digital, seja em documentos digitais, páginas e sistemas web11.

Acessibilidade instrumental – Ausência de barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de trabalho (profissional), estudo (escolar), lazer e recreação (comunitária, turística, esportiva, etc.) e de vida diária. Auxiliam na garantia dessa dimensão da acessibilidade os recursos de tecnologia assistiva incorporados em lápis, caneta, régua, teclados de computador e mouses adaptados, pranchas de comunicação aumentativa e alternativa, etc10.

Acessibilidade metodológica – Ausência de barreiras nos métodos, teorias e técnicas de ensino/aprendizagem, (escolar), de trabalho (profissional), de ação comunitária (social, cultural, artística, etc.), de educação dos filhos (familiar), etc10.

Acessibilidade programática – Ausência de barreiras muitas vezes imperceptíveis, embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias, etc.), normas e regulamentos (institucionais, empresariais, etc.)10.

Adaptado – Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis1.

Adequado – Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características foram originalmente planejadas para serem acessíveis1.

Audiodescrição – É uma faixa de áudio que contempla informações que aparecem visualmente, mas não estão presentes nos diálogos ou no áudio de um vídeo, como expressões faciais e corporais, informação sobre o ambiente, efeitos especiais, informações em texto que aparecem no vídeo, etc. A audiodescrição aparece no espaço entre as falas, sem sobrepor o conteúdo em áudio original do vídeo e é realizada por profissionais especializados nessa área6.

Baixa Visão –  A baixa visão é o comprometimento do funcionamento visual em ambos os olhos, mesmo após correção com uso de óculos ou lentes de contato. No entanto, diferente da pessoa com cegueira, a pessoa com baixa visão possui algum resíduo visual. Neste grupo, encontramos uma variedade de intensidades e tipos de comprometimento. Por exemplo, algumas pessoas com baixa visão conseguem ler textos com fontes grandes ou com o uso de lupas, enquanto outras conseguem apenas detectar grandes formas, cores ou contrastes9.

Barreira – São condições ou situações que impedem a plena e efetiva participação de determinados grupos de pessoas na sociedade em igualdade de oportunidade com relação às demais pessoas9.

Barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados2.

Barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas2.

Barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação2.

Barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência às tecnologias2.

Barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes2.

Barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo3.

Braille – O sistema Braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. Pode-se fazer a representação tanto de letras, como algarismos e sinais de pontuação. Ele é utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, e a leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo4.

Cegueira – A cegueira é uma alteração grave ou total de uma ou mais funções elementares da visão que afeta de modo irremediável a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente, podendo ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida8.

Comunicabilidade – Refere-se a realizar a comunicação com todos os usuários, aptidão para comunicar conteúdos com clareza, facilitando o entendimento de todas as informações.

Deficiência – Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas2.

Deficiência auditiva – É considerada deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total de quarenta e um decibéis ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz3.

Deficiência física – A deficiência física é a alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física3. Engloba condições como a paraplegia, tetraplegia, amputação ou ausência de membro, nanismo, paralisia cerebral, dentre outras.

Deficiência intelectual – A pessoa com deficiência intelectual apresenta um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, como comunicação, cuidado pessoal, habilidades sociais, habilidades acadêmicas, dentre outras3. Na terminologia atual, “deficiência intelectual” substitui o termo “deficiência mental”. Um exemplo de deficiência intelectual são as pessoas com Síndrome de Down.  

Deficiência múltipla – A deficiência múltipla é a associação de duas ou mais deficiências em um mesmo indivíduo3, sendo uma condição bastante heterogênea, já que envolve associações diversas em graus de intensidade muito variados. Exemplos incluem uma pessoa cega e paraplégica, uma pessoa com deficiência intelectual e baixa visão, uma pessoa que tem deficiência física e é surda, dentre muitas outras associações.

Desenho universal – Desenho Universal significa conceber produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de Tecnologia Assistiva2.

Deficiência visual – A deficiência visual pode ser entendida como a perda ou redução significativa da capacidade visual em ambos os olhos, mesmo após a melhor correção, tratamento clínico ou cirúrgico, resultando em cegueira ou baixa visão8.

Diversidade – Corresponde a multiplicidade de características que distinguem cada pessoa. Respeitar e valorizar a diversidade diz respeito a promover a igualdade de oportunidades a todos, independente de qualquer característica, seja ela, sexo, cor, identidade de gênero, orientação sexual, dentre outros, possibilitando-lhes acesso aos direitos e a cidadania.

Inclusão –  Inclusão é o processo pelo qual os sistemas sociais comuns são tornados adequados para toda a diversidade humana – composta por etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero, orientação sexual, deficiência e outros atributos – com a participação das próprias pessoas na formulação e execução dessas adequações10.

Legendas – São textos sincronizados equivalentes ao conteúdo de áudio existente em um vídeo6.

Leitores de tela – O leitor de tela é um software muito utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão, que transforma em áudio as informações apresentadas na forma de texto em um computador ou dispositivo móvel. Ele interage com a interface do sistema operacional, capturando os elementos visíveis na tela e convertendo-os através de um sintetizador de voz. Em um computador, a navegação ocorre através de um  teclado normal, ou seja, as pessoas cegas navegam por atalhos de teclado e, de modo geral, não utilizam o mouse9.

Libras –  Língua Brasileira de Sinais. Não existe uma língua de sinais universal; cada país possui a sua própria, e, no Brasil, utiliza-se a Libras. As línguas de sinais são as línguas naturais das comunidades surdas. Atribui-se às línguas de sinais o status de língua porque elas também são compostas por níveis linguísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico. Ao contrário do que muitos imaginam, as línguas de sinais não são simplesmente mímicas e gestos soltos, utilizados pelos surdos para facilitar a comunicação. Ela possui toda uma estrutura gramatical específica9.

Pessoa com Deficiência – É importante esclarecer que o termo “portador de deficiência” foi substituído por “pessoa com deficiência” pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da ONU, que o Brasil ratificou com valor de emenda constitucional em 2008. Logo, evite dizer “pessoa portadora de deficiência” ou “portador de deficiência”. A pessoa não porta, não carrega sua deficiência, ela tem deficiência e, antes de ter a deficiência, ela é uma pessoa como qualquer outra.

Pessoa com mobilidade reduzida –  aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção3.

Surdocegueira – A surdocegueira não é considerada uma deficiência múltipla, é caracterizada pela perda em diferentes níveis de dois sentidos muito importantes na interação do ser humano com o mundo: a audição e a visão. Uma pessoa surdocega não é necessariamente “um surdo que não pode ver” ou “um cego que não pode ouvir”, mas sim alguém que possui um grau de perda, total ou parcial, em ambas as áreas13. Desta forma, existem diferentes tipos de pessoa com surdocegueira7.

Tecnologia assistiva – Também chamada de ajuda técnica corresponde a produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social2.

Transcrição textual – Representa uma alternativa em texto que contém todo o conteúdo de um áudio ou vídeo. No caso de vídeos, ela inclui tanto as informações contidas na faixa de áudio(se esta existir), quanto informações transmitidas visualmente6.

Usabilidade – Refere-se à facilidade com a qual as pessoas podem utilizar uma ferramenta ou objeto com o propósito de realizar uma tarefa ou alcançar um objetivo específico. Assim, em seu conceito mais puro e simples, usabilidade significa permitir operar qualquer artefato sem que existam dificuldades ou barreiras5.

 


 

Referências:

  1. ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.  NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 3.ed. Rio de Janeiro, ABNT, 2015. 148p. Disponível em: <http://www.ufpb.br/cia/contents/manuais/abnt-nbr9050-edicao-2015.pdf>. Acesso em: 18 Ago 2017.
  2. BRASIL. Lei nº 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm>. Acesso em: 18 Ago 2017.
  3. BRASIL. Decreto nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004.  Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em: 18 Ago 2017.
  4. COSTA. Renata. Como funciona o sistema Braille. Revista Nova Escola. 2009. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/397/como-funciona-sistema-braille>. Acesso em 18 Ago 2017.
  5. DALL AGNOL.  Anderson. Usabilidade: dicas para tornar seu site mais fácil e intuitivo. CTA, 2016. Disponível em: <http://cta.ifrs.edu.br/noticias/visualizar/114>. Acesso: 18 Ago 2017.
  6. DGE – Departamento de Governo Eletrônico. Cursos eMAG/Conteudistas.  Disponível em: <http://emag.governoeletronico.gov.br/cursoconteudista/desenvolvimento-web/praticas-web-acessivel-multimidia.html/>. Acesso em: 18 Ago 2017.
  7. McINNES, J.M. e TREFFRY, J.A. Deaf-blind infants and children: a developmental guide. Toronto: University of Toronto Press, 1997.
  8. SÁ, E. D.; CAMPOS, I. M.; SILVA, M. B. C. Atendimento Educacional Especializado: Deficiência Visual. Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007.Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf>. Acesso em 18 Ago 2017.
  9. SALTON, Bruna; DALL AGNOL, Anderson; TURCATTI, Alissa. Manual de Acessibilidade em Documentos Digitais. Bento Gonçalves: IFRS, 2017.
  10. SASSAKI. Romeu Kazumi. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Revista Nacional de Reabilitação (Reação), São Paulo, Ano XII, mar./abr. 2009, p. 10-16. Disponível em: <https://acessibilidade.ufg.br/up/211/o/SASSAKI_-_Acessibilidade.pdf?1473203319>. Aceso em 18 Ago 2017.
  11. W3C BRASIL. Cartilha de Acessibilidade na Web. 2013. Disponível em: < http://www.w3c.br/pub/Materiais/PublicacoesW3C/cartilha-w3cbr-acessibilidade-web-fasciculo-I.html>. Acesso em 18 Ago 2017.
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